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Puericultura no Brasil
A Puericultura chegou ao Brasil por Moncorvo Filho, primeiro especialista em medicina pediátrica no país. Em 1899 fundou o instituto de Proteção e Assistência a infância do Rio de Janeiro, que na época era considerado modelo de assistência à maternidade e à infância no país.
Até então a puericultura tinha como objetivo informar práticas preventivas para o desenvolvimento da criança. -
Institucionalização da Puericultura
Essa época deu início as leis e políticas públicas.
Devido à grande mortalidade de bebês dos anos anteriores e ainda nessa época, os médicos observaram que deveriam criar algumas estratégias para que isso fosse evitado, então começaram a educação higiênica. Assim, começaram a divulgar aos pais e a sociedade uma educação higiênica, focando os princípios da higiene infantil. Essas informações eram repassadas a partir de palestras, jornais, revistas femininas e manuais de puericultura. -
Puericultura é reconhecida
Nesse momento é criado a Diretoria de Proteção à maternidade e à infância, a puericultura tornou-se ainda mais importante, e é reconhecida como fundamental para o crescimento da sociedade.
O cuidado com as crianças tornou-se uma estratégia econômica do governo.
Os manuais de puericultura nessa época eram baseados em noções e técnicas de higiene, alimentação e educação da criança. -
Puericultura na faculdade
A primeira cadeira de Puericultura na faculdade Nacional de Medicina (ocupada pelo Prof. Martagão Gesteira).
Os pediatras do começo do século XX, consideram algo ruim a mãe que cuidava em excesso do filho e diziam que isso poderia prejudica-lo. Colocavam uma responsabilidade enorme sobre as mães, pois diziam que elas deveriam perceber quando algo estava errado com o seu filho sem depender de médicos. -
Departamento Nacional da Criança
Nesse momento fundou-se o Departamento Nacional da criança, que tem como objetivo amparar a maternidade, a infância e a adolescência.
Foram criados vários postos de puericultura, Maternidades e Serviços de pré-natal. -
“A vida do bebê”
Foi publicado pela primeira vez o manual de puericultura brasileiro “ A vida do bebê”, que até hoje é um dos livros mais conhecido do gênero, foi escrito pelo Dr Rinaldo de Lamare.
Os profissionais utilizavam os manuais para informar a sociedade sobre os devidos cuidados que os bebês precisavam, porem eles rotulavam, generalizavam extremamente o desenvolvimento das crianças. -
Novas Estratégias
Foram criadas novas estratégias à puericultura, sob influência de movimentos dos EUA como a medicina preventiva e a medicina comunitária. Foram aderindo uma visão em defesa da inclusão social e dos direitos humanos. -
Puericultura
Hoje é considerada uma subespecialidade da pediatria, formada por um conjunto de técnicas para assegurar o perfeito desenvolvimento físico e mental da criança desde a gestação até a idade de 4 ou 5 anos. -
País de Gales
O pais de Gales criou um programa com 10 passos para o combate a obesidade. Podemos facilmente relacionar esse programa à puericultura e a psicologia pediatrica. Esse é um programa de prevenção, ele busca informar as pessoas sobre hábitos saudáveis para evitar a obesidade, isso acontecia muito no início da puericultura no brasil quando ela informava a sociedade sobre hábitos de higiene e alimentação adequada para o desenvolvimento da criança. -
Manuais atuais
Hoje os manuais de puericultura têm objetivos e termos diferentes, acompanhando o desenvolvimento da sociedade, eles buscam contribuir para a realização da família com o bebê, porem continua com um olhar generalista.
De acordo com os manuais a saúde do bebê está relacionado a uma mãe feliz, por isso, muito dos problemas na infância são relacionados a uma mãe que não consegue fazer o seu papel “corretamente”, esses discursos continuam cobrando e culpabilizando as mães. -
Referências
DEL CIAMPO, L.A.; RICCO, R.G.; DANELUZZI, J.C.; DEL CIAMPO, I.R.L.; FERRAZ, I.S.; ALMEIDA, C.A.N. de. O programa de saúde da família e a puericultura. Ciência & Saúde Coletiva, 11(3):739-743, 200
BONILHA, R.C.M.; RIVORÊDO, C.R.S.F. Puericultura: duas concepções distintas. Jornal de Pediatria. 85(1): 7-13, 2005.
LIMA, A.L.G. O normal e o patológico na relação-mãe-bebê: um estudo a partir de manuais de puericultura publicados no Brasil (1919-2009). Estilos clin. 17(2), 324-345, 2012.