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Análise Crítica da Puericultura no Brasil
Dados Históricos
O termo puericultura surgiu em 1762.
Século XVIII: conservação das crianças- essencial para os grades Estados Modernos (Higienismo)
Século XIX: crença poder científico e no progresso.
No Brasil: a puericultura chega no ano de 1890 (institucionalização da Puericultura- entre 1910 e 1930). -
Ações voltadas aos princípios da higiene infantil
Anteriormente as ações em saúde limitavam-se em difundir os princípios da higiene infantil conforme abordado pela autora Ana Laura Godinho Lima (2012), onde a mesma traz em seu artigo que aproximadamente entre a década de 40 e 50 a ideia do bebê feliz era associada a consequência natural dos cuidados higiênicos adequados. -
Hegemonia do Modelo Biomédico
As ações em saúde continuam sendo pautadas no modelo biomédico, pois priorizam as ações preventivas. Esse tipo de ação é notório em um um dos manuais apresentados por Lima (2012), onde a autora fala do objetivo do manual: “esclarecer os pais sobre os princípios básicos da criação dos filhos com o objetivo de evitar dificuldades previsíveis e sofrimentos desnecessários” -
O normal e o patológico
Manuais destinados a manter uma normalidade baseado em um discurso de saúde centrado no biológico. Segundo Bonilha e Rivorêdo (2005), as práticas preventivas por meio da educação acabam por determinar um padrão de comportamento esperado não somente para as crianças, mas também para as famílias. Sendo assim, resta o questionamento, então qual seria o comportamento para ser tomado como ideal? -
Puericultura na atualidade
Del Ciampo et. al. 2006, falam que os programas em saúde são estruturados para oferecer atenção básica à saúde da criança. A puericultura nesse programa da atenção tem sua prática voltada principalmente para os aspectos de prevenção de doenças e promoção da saúde.. No entanto, as práticas prevalentes na atenção básica de sáude pública são de caráter preventivo, como o caso da vacinação e do pré natal. -
Predominância na atuação do Modelo Biomédico
Mesmo com os avanços, ainda temos uma prática predominante e hierarquizada centrada no modelo biomédico. Esta prática na maioria das vezes desconsidera outros aspectos também essenciais à saúde e desenvolviemento saudável da criança, como as relações, a dinâmica e estrutura familiar, o próprio cotidiano de todos os autores envolvidos na tríade bebê, mãe e pai no fenômeno chamado vida. -
Referências
BONILHA, R.C.M.; RIVORÊDO, C.R.S.F. Puericultura: duas concepções distintas. Jornal de Pediatria. 85(1): 7-13, 2005.
DEL CIAMPO, L.A.; RICCO, R.G.; DANELUZZI, J.C.; DEL CIAMPO, I.R.L.; FERRAZ, I.S.; ALMEIDA, C.AN. de. O programa de saúde da família e a puericultura. Ciência & Saúde Coletiva.11 (3):739-743 2006.
LIMA, A.L.G. O normal e o patológico na relação-mãe-bebê: um estudo a partir de manuais de puericultura publicados no Brasil (1919-2009). Estilos clin. 17(2), 324-345, 2012. -
Contribuição da psicologia pediátrica
Cientes de que a saúde abarca também questões de prevenção de agravos e promoção da saúde, o psicólogo pediátrico pode contribuir como mediador, desenvolvendo uma atenção integralizada e humanizada que rompa com hierarquias, reposicionando todos os atores envolvidos no processo da puericultura.
