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Ampla maioria pede reforma agrária
72% dos brasileiros consideravam necessária a realização da reforma agrária no país. Para isso era preciso mudar a Constituição, que determinava indenização prévia, em dinheiro, aos donos de terras desapropriadas -
Governo encara a primeira guerrilha
Um grupo de camponeses, militares e profissionais liberais liderado pelo coronel do Exército Jefferson Cardim Osório e pelo sargento da Brigada Militar Albery Vieira toma a cidade de Três Passos.
Depois de cortar a comunicação telefônica da localidade e levar armas, fardas e munição do destacamento policial, o comando invadiu a rádio local e transmitiu um manifesto contra a ditadura.A prisão dos guerrilheiros deu-se na cidade paranaense de Capitão Leônidas Marques dois dias mais tarde. -
MDB é criado para ser frágil oposição
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) é fundado como partido de oposição após a edição do Ato Institucional nº 2, que extinguiu os partidos políticos no país e estabeleceu o bipartidarismo. Nasceu como uma legenda moderada, de oposição consentida pela ditadura. O MDB recebeu principalmente políticos do PTB que não haviam sido cassados e figuras do antigo PSD que participaram dos governos de Getúlio Vargas e João Goulart. -
Castelo morre em acidente de avião
Quatro meses depois de deixar a Presidência da República, o general Castelo Branco morre num acidente aéreo próximo a Fortaleza. A investigação oficial isentou a tripulação da FAB de responsabilidade, mas as circunstâncias do acidente – numa manhã de sol com ótima visibilidade – alimentaram desconfianças de que o primeiro general presidente teria sido vítima de um atentado. -
Ofensiva muda o rumo da guerra no Vietnã
Cerca de 80 mil soldados norte-vietnamitas e vietcongues participaram dos ataques e mais da metade morreu em combate ou na repressão que se seguiu. A retomada do território pelo Exército dos EUA se deu à base de massacres que chocaram a opinião pública mundial – como o que foi documentado pela imprensa na aldeia de My Lai, onde centenas de mulheres e crianças foram assassinadas e seus corpos lançados em valas, sob as ordens de um tenente norte-americano. -
Greve de Contagem fura o arrocho salarial
Cerca de 1.200 trabalhadores da siderúrgica Belgo-Mineira, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, cruzam os braços reivindicando reajuste salarial de 25%. A primeira greve depois do golpe militar surpreendeu a ditadura, que desde 1964 impunha uma política de arrocho responsável por corroer mais de 20% do valor médio dos salários. -
STF é mantido sob a mira da ditadura
Em 1964, o governo, por meio do AI-2, havia ampliado de 11 para 16 o número de ministros do STF, indicando cinco novos membros para garantir sua maioria. Em fevereiro de 1969, após as cassações, Costa e Silva edita o AI-6, retornando ao formato de 11 ocupantes, dos quais dez tinham sido indicados depois do golpe de 64. O 11°, Luiz Otávio Galloti, era leal aos militares e tornou-se presidente do STF. -
Grupo toma avião e o desvia para Havana
Seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) sequestram em Montevidéu um Caravelle da companhia aérea Cruzeiro do Sul, numa arriscada ação armada contra a ditadura militar brasileira. O avião seria levado a Cuba com o objetivo de proteger Marília, perseguida pela repressão, e seus dois filhos menores. Da capital uruguaia até Havana, a viagem durou dois dias com paradas para reabastecer em Buenos Aires, Antofagasta (norte do Chile), Lima e Panamá. -
Olho por olho, dente por dente
O industrial dinamarquês Henning Albert Boilesen, , é morto por um comando do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e da Ação Libertadora Nacional (ALN). Boilesen foi um dos mais ativos financiadores da Operação Bandeirante (Oban), centro de repressão e tortura criado em São Paulo em 1969. Além de organizar uma "caixinha" entre os empresários, cedeu caminhões da Ultragaz ao regime (usados como camuflagem para os agentes) e, mais de uma vez, participou como espectador de sessões de tortura. -
Guerrilha do Araguaia combate em silêncio
Tem início a primeira operação das Forças Armadas de combate à guerrilha do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na região do Araguaia. Instalados na região desde 1966, militantes comunistas misturaram-se à população de camponeses pobres e catadores de castanhas, na tentativa de criar um foco de guerrilha. O cenário dos combates foi a região do Bico do Pagagaio, na confluência dos rios Araguaia e Tocantins e dos Estados do Pará, Maranhão e Goiás