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BRASIL COLÔNIA: "UM PAÍS DOENTE"
A chegada dos colonizadores durante a conquista do Brasil trouxe o agravamento da situação da saúde dos povos nativos. Desde então buscam-se soluções para os problemas de saúde pública dos brasileiros.
A ausência ou existência irrisória de políticas públicas de saúde assolaram o Brasil durante seus quase 400 anos somados em épocas coloniais e imperiais. -
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DIFERENÇAS ENTRE CLASSES
O acesso a tratamentos variava: os nobres e ricos tinham acesso a viagens, produtos e médicos provenientes da Europa, enquanto os nativos, escravos e pobres dependiam da escassa caridade e saberes populares (curandeiros, por exemplo) de terceiros.
Os hospitais das Santas Casas de Misericórdia eram uma das poucas alternativas para a população com menos recursos e privilégios. Porém, seus tratamentos eram também muito irrisórios, e em geral, essa população se via fadada a morte. -
BRASIL IMPÉRIO: PEQUENAS MUDANÇAS
Dom Pedro I, imperador do Brasil, promoveu as primeiras faculdades de medicina e a regulamentação da profissão, causando o gradual abandono dos curandeiros e o início da elitização médica, bem como um forte movimento de urbanização e fiscalização, com um brando início de regularização do saneamento básico.
Apesar de ser um primeiro olhar do Estado para a saúde pública, este não trouxe grande impacto para o cotidiano da população. -
BRASIL REPÚBLICA: ESPERANÇA DO POVO
Com a abolição da escravatura, os escravos recém-libertos, sem nenhum tipo de recurso, se alojaram em habitações coletivas e precárias, dando surgimento a aglomerações como cortiços e periferias, sem condições de higiene e ainda extremamente insalubres.
A mão de obra escrava foi substituída pela imigrante, e o "boom" populacional ocasionado trouxe mais situações de desigualdade social, além de diferentes doenças trazidas de outras partes do mundo e maior aglomeração em cidades portuárias. -
POLÍTICAS REPUBLICANAS
As ações em prol da saúde pública do Estado ainda eram muito frágeis para uma real diferença na vida da população, e o Brasil continuava sendo vítima de epidemias e problemas sanitários. -
REFORMAS URBANAS E SANITÁRIAS
A saúde começa a se tornar uma “vergonha nacional”: começa a afetar a economia, pois além de outros países se recusarem a fazer negócios comerciais com o Brasil devido ao seu estigma de insalubridade, o crescimento do país dependia de uma mão de obra saudável e com capacidade produtiva.
Apesar da grande importância para a saúde do povo, as reformas urbanas e sanitárias se concentraram em cidades maiores, como Rio de Janeiro e São Paulo, e polos portuários como Santos-SP. -
OSWALDO CRUZ
O médico sanitarista Oswaldo Cruz, um dos maiores destaques históricos da época, mesmo enfrentando diversas revoltas populares (a mais famosa sendo a Revolta da Vacina de 1904, no Rio de Janeiro), conseguiu convencer o Estado a tornar obrigatória a vacinação contra a varíola. -
EMÍLIO RIBAS E GERALDO DE PAULA SOUZA
Emílio Ribas ficou conhecido por conduzir obras de saneamento em São Paulo, principalmente pelos seus estudos e ações em combate à febre amarela.
Geraldo de Paula Souza, também de São Paulo, traz para o Brasil algumas concepções de saúde baseadas na educação e prevenção sanitária, baseadas na ideia conhecida hoje como "promoção de saúde". -
CORTIÇOS E FAVELAS
Mesmo com as campanhas sanitaristas chegando até as áreas rurais e informando sobre a importância da vacina e dos cuidados de higiene, a população pobre e carente ainda sofria com as doenças e epidemias. As moradias precárias eram uma barreira para a higienização e algumas medidas coercitivas foram tomadas: muitas famílias foram desalojadas de cortiços e favelas a força pela polícia. -
GRIPE ESPANHOLA
A gripe espanhola, uma vasta e mortal pandemia do vírus influenza, infectou cerca de um quarto da população mundial da época, matando mais 300 mil brasileiros. -
CAIXAS DE APOSENTADORIA E PENSÃO (CAPS)
São criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPS) pelos trabalhadores para garantir a proteção na velhice e na doença. -
PERÍODO GETULISTA
Getúlio Vargas expandiu o modelo das CAPS, ampliando seus atendimentos para outras categorias profissionais, chamando-as de Institutos de Aposentadorias e Pensões. Foi criado também o Ministério da Educação e Saúde, visando políticas públicas que atendessem melhor as demandas dos trabalhadores.
Porém, grande parte das verbas da saúde e dos IAPS eram utilizadas para financiar a industrialização do país, e a população continuava refém das doenças e epidemias. -
CONSTITUIÇÃO DE 1934
A assistência médica e a licença maternidade se tornam novos direitos dos trabalhadores. -
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT)
Além da instituição do salário mínimo, a CLT trouxe benefícios à saúde pública brasileira para os trabalhadores. -
CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
O foco principal do Ministério da Saúde na época eram os atendimentos às populações da zona rural. Nas áreas urbanas, o acesso à saúde era um privilégio dos trabalhadores com carteira assinada. -
REGIME MILITAR BRASILEIRO
Com a tomada do governo militar, o foco dos recursos e investimentos se voltou para o desenvolvimento do país, deixando de lado mais uma vez a saúde, que recebia um investimento de apenas 1% da verba do país. Com isso, doenças como a dengue, meningite e malária se intensificaram e mais uma vez o Brasil era assolado por epidemias e crescentes números de mortalidade infantil. -
CRIAÇÃO DO INPS
A ideia de unificar os órgãos previdenciários brasileiros teve como objetivo melhorar o atendimento médico para a população -
PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
Durante a década de 1970 houve um forte crescimento dos grupos privados de saúde, com os chamados planos de saúde. A contínua falta de investimento na saúde pública ocasionou a evolução da ideia capitalista de saúde relacionado a mercadoria. -
8º CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
A 8º Conferência Nacional de Saúde propôs mudanças nos direitos universais à saúde e melhores condições de vida. Com forte participação e influência da Organização Mundial de Saúde (OMS), esta conferência abriu os olhos da população para a importância do sistema de saneamento básico, medicina preventiva, descentralização dos serviços e participação popular. Este evento teve grande influência na elaboração do capítulo sobre saúde da Constituição de 1988 e na criação do SUS. -
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Criado pela Constituição Federal Brasileira, o SUS tem como princípio um sistema de saúde gratuito e de qualidade para todos os brasileiros e estrangeiros em território nacional. Mesmo com diversos problemas relativos principalmente à investimento de verba, alguns avanços na saúde são inegáveis, como a erradicação da paralisia infantil, sarampo, rubéola, poliomielite e difteria. -
ATUALIDADE
Diversos programas importantes para a saúde da população foram criados a partir do SUS.
Algumas doenças erradicadas no país voltam a demonstrar riscos de casos hoje. Com muito ainda para por em prática, há a luta crescente por soluções para os problemas e dificuldades, reminiscentes e crescentes, relativos à saúde pública do Brasil.