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A PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA: “Paulicéia Desvairada” por Mário de Andrade (contém o poema “Ode ao Burguês”)
O livro de poemas lançou os princípios estéticos do modernismo brasileiro, sendo considerado a primeira obra de vanguarda desse movimento. Isso porque Mário de Andrade quebra com a estética vigente na época, escrevendo com uso de verso livre, linguagem coloquial e erros intencionais de ortografia. No geral, o livro faz uma análise da cidade de São Paulo do século XX, refletindo sobre a urbanização e modernização da época, assim como debochando de alguns de seus habitantes - os burgueses. -
“Manifesto Pau-Brasil” por Oswald de Andrade
Foi publicado no jornal Correio da Manhã, iniciando uma das primeiras subcorrentes do Modernismo – o Movimento Pau-Brasil. O manifesto e seu conjunto de seguidores quebraram com a estética parnasiana vigente, já que defendiam que a escrita refletisse a linguagem real falada e se desprendesse da influência europeia. O movimento também apoiava a aceitação, por parte dos artistas brasileiros, que tanto a “escola” (a erudição) quanto “floresta” (cultura popular) fazem parte de nossa identidade. -
“Brás, Bexiga e Barra Funda” por Alcântara Machado
A coletânea de contos retrata a vida das famílias italianas que se instalaram em São Paulo no início do século XX, mostrando o difícil choque de culturas e, junto com este, as mudanças pelas quais a cidade passava. Além disso, obra foi importante pela introdução de novas estruturas de linguagem à escrita (estrangeirismos e onomatopeias) e de um novo ritmo: Alcântara Machado escreve de forma dita “cinematográfica”, com cortes temporais e uma agilidade que revelava a vida moderna da época. -
“Macunaíma” por Mário de Andrade
Considerado um pilar de nossa literatura e a melhor expressão do Antropofagismo, “Macunaíma” tem como objetivo a valorização da cultura nacional em várias frentes: foi inovador na linguagem, aproximando a língua escrita da realmente falada, além de criticar fortemente a “língua culta”; trouxe elementos culturais brasileiros ainda desconhecidos, como várias lendas indígenas; e foi revolucionário também na forma, com o enredo da obra não seguindo ordem cronológica nem espacial. -
“Manifesto Antropófago” por Oswald de Andrade
Esse radical manifesto foi o centro do movimento antropofágico, que refletia sobre a dependência cultural do Brasil. Publicado em maio de 1928 na "Revista de Antropofagia", a obra propunha uma ideia inovadora: ao invés dos artistas brasileiros simplesmente copiarem a cultura estrangeira, como acontecia frequentemente, deveríamos filtrar essas influências de fora, absorvendo parte delas e misturando-as com os nossos costumes, criando assim, uma cultura própria. -
A SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA: “O Quinze” por Rachel de Queiroz
Parte das obras conhecidas como regionalistas, “O Quinze” trata da grande seca de 1915 no nordeste brasileiro, e, ao fazê-lo, menciona vários aspectos característicos dessa região: as procissões para pedir chuva; os campos de concentração do governo para abrigar as vítimas da seca, por exemplo. O livro usa linguagem coloquial e tipicamente regional e, apesar de não utilizar o clichê de “bons pobres” e “maus ricos”, também não aponta soluções para os problemas do lugar, preferindo só narrá-los. -
“Libertinagem” por Manuel Bandeira (contém os poemas “Vou-me embora pra Pasárgada” e “Pneumotórax”)
O livro de poemas é considerado a obra mais vanguardista de Manuel Bandeira e também a sua primeira a ser totalmente modernista. Isso porque foi aqui que o poeta mostrou-se totalmente seguro para usar as inovações modernistas, empregando-as sem cessar nesse livro. Dessa forma, dentre os poemas de “Libertinagem”, há a inovação do uso do verso livre; da aproximação da linguagem escrita com a fala cotidiana; da variedade e liberdade temática; e da crítica aos românticos e aos parnasianos. -
“Capitães da Areia” por Jorge Amado
Ambientado em Salvador, a grande novidade desse livro regionalista é o seu conteúdo político e social: os protagonistas são meninos abandonados que roubam para se sustentar e, além disso, são tratados como heróis e não como delinquentes pelo autor. O choque das pessoas foi grande o suficiente para levar a censura à obra. O objetivo de Jorge Amado era conscientizar a população do abandono que essas crianças sofriam e que a condição delas não era um assunto somente policial, mas também, social. -
“Vidas Secas” por Graciliano Ramos
“Vidas Secas”, diferentemente de outros romances regionalistas que também se focam na seca, analisa novas razões para o sofrimento da população nordestina além da falta d’água: os efeitos da exploração pelos patrões e do esquecimento estatal com relação à região, por exemplo. Outro fato notável do livro é o uso de técnicas formais para ilustrar melhor a miséria das personagens, como os nomes dados a eles; o uso de discurso indireto livre e da narrativa não linear. -
“A Rosa do Povo” por Carlos Drummond de Andrade
O livro de poemas é considerado por grande parte da crítica como o melhor de Carlos Drummond de Andrade: há uma enorme quantidade de boas metáforas, associações de palavras e elipses. Além disso, a obra contém muitos poemas engajados politicamente (com a influência da II Guerra Mundial e da ditadura do Estado Novo, Drummond passa a transformar parte de sua obra em um chamado revolucionário pela democracia e paz), mas também ricos esteticamente, assim, eles não se esgotam depois do fim da causa. -
“O Continente”, parte da trilogia “O Tempo e o Vento” por Érico Veríssimo
A série narra a história do Rio Grande do Sul desde o séc. XVII ao XX, destacando Veríssimo como um dos poucos escritores regionalistas a representarem a Região Sul em suas obras. “O Continente” é o primeiro e o mais conhecido livro da trilogia: a impressão na fala das personagens de traços do espanhol e dos idiomas indígenas, mostrando a mistura linguística da época; e a união impecável de fatos históricos e personagens fictícios dão à obra o título de pilar na literatura regional brasileira. -
“Antologia Poética” por Vinicius de Moraes (contém o poema “Rosa de Hiroshima”)
Organizado pelo próprio autor, esse livro é uma coletânea de seus poemas mais significativos, divididos em duas fases que o escritor explica. Na abertura da obra, Vinicius de Moraes discute dois momentos de sua produção poética: no primeiro, a religiosidade e o misticismo eram muito fortes e, no segundo, o mundo carnal e sensual é que passou a ser bastante significativo. Na “Antologia Poética”, existem poemas de ambas as suas fases de composição e, inclusive, muitos sonetos.
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