Litera

Literatura afro-brasileira: romances de autoria feminina

  • Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

    Úrsula, de Maria Firmina dos Reis
    É considerado o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil. Foi publicado com o pseudônimo "uma maranhense". Úrsula é considerado um romance precursor da temática abolicionista na literatura brasileira, pois é anterior à poesia de Castro Alves e ao As vítimas-algozes de Joaquim Manoel de Macedo.
  • Água funda, de Ruth Guimarães

    Água funda, de Ruth Guimarães
    Entrelaçando diferentes tempos e personagens, inseridos no universo de uma comunidade rural na Serra da Mantiqueira, a autora construiu uma prosa ágil e fluida, permeada de ditos populares e causos marcados pela superstição e pelo fatalismo, que antecipa em certos aspectos o realismo mágico de Juan Rulfo e Gabriel García Márquez.
  • Pedaços de fome, de Carolina Maria de Jesus

    Pedaços de fome, de Carolina Maria de Jesus
    Único romance de Carolina Maria de Jesus, que teve pouca repercussão comparado aos outros livros. A protagonista é uma mulher jovem, branca e rica que mora no interior de São Paulo, e se casa com um homem branco "de bem". A narrativa pontua temas como patriarcalismo, desigualdades sociais e raciais.
  • Negra Efigênia, paixão do senhor branco, de Anajá Caetano

    Negra Efigênia, paixão do senhor branco, de Anajá Caetano
    Retrata todo um panorama político, social, econômico e religioso da época da fundação da cidade de São Sebastião do Paraíso, do interior do Estado de Minas Gerais, a atmosfera de luta e disputa de prestígio desencadeada entre os Maciéis, representando estes o nativo, contra os portugueses da metrópole, nas pessoas dos Barreiros.
  • As mulheres de Tijucopapo, de Marilene Felinto

    As mulheres de Tijucopapo, de Marilene Felinto
    Aclamado romance que marcou a estréia da autora na literatura. Narra a viagem de retorno de Rísia à terra onde sua mãe nasceu, a lendária Tijucopapo. No trajeto, ela relembra sua infância no Recife e a adolescência em São Paulo.
  • Ao lado e à margem do que sentes por mim, de Ana Maria Gonçalves

    Ao lado e à margem do que sentes por mim, de Ana Maria Gonçalves
    É um romance intimista e bastante pessoal. No romance, uma mulher chamada Ana larga tudo em São Paulo e se muda para uma pequena ilha na Bahia a fim de se redescobrir enquanto espera por seu grande amor.
  • Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

    Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo
    A história de Ponciá Vicêncio descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado.
  • Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves

    Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves
    Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens.
  • Becos da memória, de Conceição Evaristo

    Becos da memória, de Conceição Evaristo
    É um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. A autora traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio. Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira.
  • Bará na trilha do vento, de Miriam Alves

    Bará na trilha do vento, de Miriam Alves
    Trata-se da saga de uma família negra, contada por uma narradora onisciente, onde a protagonista Bárbara, conhecida pelo diminutivo Bará, filha de pequenos comerciantes, cresce num bairro pobre da periferia de uma grande cidade brasileira. Uma história que, sem esquecer os problemas nem as dificuldades do entorno social, enfatiza a dignidade das personagens e o grande compartilhamento entre os membros de diferentes gerações que vivem naquela comunidade.
  • Água de barrela, de Eliana Alves Cruz

    Água de barrela, de Eliana Alves Cruz
    As muitas mulheres negras presentes no romance encontram no lavar, passar, enxaguar e quarar das roupas das patroas e sinhás brancas um modo de sobrevivência em quase trezentos anos de história, desde o brasil na época da colônia até o início do século xx. O título do romance remete a esse procedimento utilizado por essas mulheres negras de diferentes gerações e que garantiu o sustento e a existência de seus filhos e netos em situações de exploração, miséria e escravidão.
  • O crime do cais do Valongo, de Eliana Alves Cruz

    O crime do cais do Valongo, de Eliana Alves Cruz
    É um romance histórico-policial que começa em Moçambique e vem parar no Rio de Janeiro, mais exatamente no cais do Valongo. O local foi porta de entrada de 500 mil a um milhão de escravizados de 1811 a 1831 e foi alçado a patrimônio da humanidade pela Unesco em 2017. A história acontece no início do século 19 e é contada por dois narradores — muana e nuno — que conviveram com a vítima: o comerciante Bernardo Vianna.
  • Canção para ninar menino grande, de Conceição Evaristo

    Canção para ninar menino grande, de Conceição Evaristo
    Aqui é o personagem Fio Jasmin, o atraente rapaz negro que carrega uma única frustração, a de não ter podido fazer o papel de príncipe na escola por ser negro. Merece atenção o nome do sedutor: um fio penetra, passa, atravessa, continua, segue adiante e junta; o jasmin perfuma. A função principal desse homem é fecundar as mulheres, gerar filhos em moças bem criadas, todas com nome e sobrenome de famílias.
  • Maréia, de Miriam Alves

    Maréia, de Miriam Alves
    O romance pode nos levar à história dos Menezes de Albuquerque, mas principalmente da família de Maréia, personagem que dá título ao romance. Pode nos levar à história do processo de enriquecimento de famílias brancas que com violência e brutalidade ascenderam e conquistaram prestígio na sociedade brasileira – uma metonímia para o processo de escravização impetrado em todos países da afro-diáspora.
  • O livro do avesso, de Elisa Lucinda

    O livro do avesso, de Elisa Lucinda
    A personagem principal, Edite, narra a sua trajetória do desejo, seus afetos, amizades e amores com a liberdade de um contínuo fluxo de consciência. Desejo, movimento e escuta estão neste quase diário, de tão íntimo, nesta ficção de boas surpresas inventivas – que possibilitam uma leitura não linear do romance.
  • Nada digo de ti, que em ti não veja, de Eliana Alves Cruz

    Nada digo de ti, que  em ti não veja, de Eliana Alves Cruz
    Uma cidade com milícia, racismo, fake news, delação premiada, conservadorismo, fanatismo religioso e ruas sujas. Parece 2020, mas esse é o Rio de Janeiro de 1732, ano no qual está ambientado o romance. Entre as temáticas, salta aos olhos a transexualidade, raras vezes presente em uma trama de época, e as fake news tão em voga, através de cartas anônimas que ameaçam revelar alguns dos segredos mais bem guardados dos integrantes das duas famílias ricas que se cruzam.