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A empresa
A empresa, criada em 1973, começou a produzir em 1977 com o objetivo de explorar minério itabirítico, que possui baixo teor de ferro. Ela trata o material e o exporta como pelotas de minério de ferro. -
construção da barragem
A lama e a areia que surgem do tratamento do minério são jogadas pelas mineradoras em barragens de rejeitos, espécies de lixões. A Samarco utilizava em sua unidade de Mariana a barragem de Germano, que foi construída em 1976, e a Cava (mina exaurida) do Germano, onde o rejeito era armazenado apenas na forma de areia. -
Estudos de 10 anos antes do rompimento
"Era recomendável o desenvolvimento de um estudo quantitativo, com modelagem do evento e identificação mais precisa de suas consequências, em especial sobre a comunidade de Bento Rodrigues", afirmava, em 2005, dez anos antes da tragédia, o estudo. -
Estudos da barragem
Achar um local é um desafio para as mineradoras devido às exigências ambientais e proximidade de comunidades. Estudos mostravam que o terreno onde a barragem foi erguida era a melhor opção, pois, dali, a empresa poderia lançar a água drenada da estrutura em outra imediatamente abaixo, chamada de Santarém. -
barragem começou a ser construída
A barragem começou a ser construída em julho de 2007 na cota 790 metros (altura em relação ao nível do mar). O projeto original previa que ela fosse elevada até 920 metros, mas a Samarco já estudava aumentá-la mais ainda, até 940 metros, quando seria unificada com o reservatório vizinho, de Germano. -
barragem começa a operar
A barragem de Fundão começou oficialmente a operar em dezembro de 2008. Apenas quatro meses depois, em 13 de abril de 2009, quando o reservatório do dique 1 estava na fase inicial de preenchimento com rejeitos, ocorreu um vazamento, próximo da saída do dreno principal. A Samarco interrompeu emergencialmente o lançamento, esvaziou o reservatório com bombeamento e construiu um aterro de blocos de pedra na frente do dique para controlar a infiltração. -
fundao interrompido
a Samarco percebeu que a galeria principal, a tubulação que escoaria as águas superficiais para fora da barragem, encheu-se de rejeitos. O lançamento em Fundão foi interrompido. -
possível ruptura
Mesmo considerada improvável, a preocupação na direção da Samarco com uma possível ruptura era frequente. A mineradora chegou a cogitar comprar a área do vilarejo para remover seus moradores, mas sabia que a iniciativa era difícil, devido à resistência das pessoas em deixar a área. Em e-mail de 2011 apreendido pela Polícia Federal durante as investigações da tragédia, o então presidente da empresa. -
drenagem
Foi feita uma drenagem da água no pé da estrutura da Vale: um dreno conduziria o líquido para fora do reservatório da Samarco. -
agua retirada
A mineradora tirou toda a água do pé da estrutura da Vale e preencheu o local com rejeito arenoso. -
projeto de preenchimento
a Samarco chegou a elaborar um projeto de preenchimento da região, que duraria 11 meses, mas ele não foi levado adiante. Dependendo do material a ser usado para tapar o recuo, o custo da obra poderia variar de R$ 4 milhões a R$ 40 milhões. -
descoberta
As investigações da Polícia Federal descobriram um momento chave na história da barragem: setembro de 2014. Naquele mês, o engenheiro Joaquim Pimenta de Ávila, projetista da barragem de Fundão até 2012, vistoriou a estrutura, já na condição de consultor da Samarco, e identificou trincas no recuo do reservatório. Seu depoimento mostrou à PF que indícios de rupturas já existiam um ano antes da tragédia e que a Samarco tinha ciência dos riscos de a barragem ruir. -
presidente descobre as trincas
o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, é avisado pelo diretor de operações, Kleber Terra, da existência das trincas -
aumento
Apenas na região do recuo, onde houve a ruptura, a barragem cresceu da cota 875 m para 898 m (ou seja, aumentou 23 metros) em três meses, de setembro a novembro de 2015. -
Rompimento da barragem
O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, se transformou na maior tragédia ambiental do país. O tsunami de água e rejeitos levou 19 vidas, casas, animais, memórias. -
Resgates
Comitiva de deputados vai a mariana para acompanhar trabalhos de resgate e verificar medidas de socorro,. -
Abastecimento interrompido
Abastecimento de água é interrompido em Governador Valadares e outros municípios da bacia do rio doce. -
Campanha de arrecadação
Assembleia inicia campanha de arrecadação de donativos para atingidos -
Comissão
Assembleia cria comissão extraordinária das barragens para acompanhar os desdobramentos da tragédia e propor novas medidas para atividade mineradora no estado. -
Atuação da comissão
Comissões da assembleia iniciam séries de visitas e audiências públicas nos distritos e municípios -
Lama chega ao mar
Cerca de 5,5 bilhões de litros chegaram ao rio que leva o mesmo nome. No curso d'água que atravessa dois Estados, o material percorreu 537 km até desembocar no oceano Atlântico, pelo litoral do Espírito Santo. -
Lei aprovada
Deputados aprovam a alteração na lei ambiental
Maior proteção para a comunidade que vivem em torno de barragens. Planos de ação, emergência, contingência e comunicação de riscos passam a ser obrigatórios. -
Baixa segurança
Deputados constatam que as barragens de Santarém e Germano, também da Samarco, estão com índice de segurança abaixo do recomendável e pedem providências. -
inquerito
Ministério Público informa que também irá abrir inquérito para apurar responsabilidade da Vale do Rio Doce. -
acoes da samarco
a Samarco havia realizado apenas metade das ações para conter o avanço dos rejeitos, segundo o Ibama. Por não cumprir a exigência de conter a lama até o terceiro dique, no prazo do dia 15 de setembro, o instituto aplicou, segundo decisão publicada no dia 4 de novembro, multa de R$ 500 mil por dia à mineradora. A Samarco afirma que está ampliando a estrutura, para que ela seja mais eficiente. -
periodo chuvoso
a Samarco está construindo diques próximos do vilarejo de Bento Rodrigues para tentar conter os rejeitos que ainda podem escoar de Fundão e chegar aos rios. A situação pode se agravar, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), durante o período chuvoso, que começou em outubro e segue até março de 2017. -
indicação
Polícia Civil indicia presidente e funcionários da Samarco -
Acordo assinado
A mineradora, suas controladoras, os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e a União assinaram quatro meses após o desastre um acordo de R$ 20 bilhões.
Previa a recuperação do rio Doce em um período de 15 anos. Até 2018, as empresas teriam de depositar R$ 4,4 bilhões em uma fundação (o restante seria desembolsado até 2030). -
audiência da samarco
Funcionários da Samarco participam de audiência na Assembleia e pedem retomada das atividades da empresa -
suspensão do acordo
Ministério Público Federal suspende acordo entre Samarco e governo do Estado e Federal. -
projeto de lei
Ministério público de minas entrega à assembleia projeto de lei de iniciativa popular, com 56 mil assinaturas, para dar mais rigor a atividade minerária. -
relatório final
Comissão das barragens aprova relatório final e apresenta 2 projetos de leis: PL 3676/2016, proíbe a construção de barragens próximo a comunidades e mananciais, licenciamento somente com plano de segurança, regras para a fiscalização; PL 3676/2016 aumenta recursos para o controle da atividade minerária no Estado. -
STJ suspende a homologação
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu liminarmente (de forma temporária) a homologação. O documento permanece sem validade jurídica, embora a fundação continue a atuar dentro do que foi acordado. A Procuradoria pede na Justiça reparação de R$ 155 bilhões, quase oito vezes o valor do acordo. -
Fundação inicia as atividades
Batizada de Renova e presidida pelo biólogo e administrador de empresas Roberto Waack, a fundação criada pelas três mineradoras iniciou suas atividades em agosto de 2016. Elas se dividem em ações socioambientais (como obras de coleta e tratamento de esgoto e melhorias do abastecimento de água nas regiões atingidas) e socioeconômicas (auxílio financeiro e iniciativas para a retomada de atividades econômicas). -
decreto
o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), assinou um decreto autorizando o uso da área para a construção do quarto dique. -
pessoas denunciadas
Ministério público Federal denuncia 22 pessoas e 4 empresas pelo rompimento da barragem. 21 pessoas são denunciadas por homicídio qualificado -
Dirigentes da Samarco denunciados
O Ministério Público Federal denunciou 21 pessoas, entre dirigentes da Samarco, da Vale e da BHP. Se aceita a denúncia pela Justiça, eles poderão responder por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), inundação, desabamento, lesões corporais graves e crimes ambientais. Também foi denunciado um engenheiro terceirizado, sob suspeita de apresentar laudos falsos. Todos negam terem cometidos os crimes. -
Divulgação da fundação renova
A Fundação Renova divulgou a estimativa de que foram removidos pouco mais de 500 mil metros cúbicos de lama. -
terreno para a comunidade
Os moradores da comunidade escolheram o terreno onde será reerguida a parte destruída de Gesteira. A previsão da Samarco é que a entrega dos imóveis ocorra até 2019. -
atendimentos
Somente nos primeiros cinco meses de 2016, a prefeitura da cidade registrou aumento de cerca de 1.000% nos atendimentos em geral, que saltaram de 22, entre janeiro e maio de 2015, para 289, no mesmo período deste ano. Mas moradores dizem que falta atendimento especializado no município e, muitas vezes, têm que viajar para outras cidades e pagar por consultas particulares. -
nova área para rejeitos
Em julho, dragas começaram a sugar a lama, que é lançada em cinco pontos ao longo da represa. Segundo a Fundação Renova, a Samarco também comprou um terreno perto da usina e pretende levar para lá os sedimentos. Denominada Fazenda Floresta, a área está em fase de sondagens. A previsão é que comece a ser usada em janeiro de 2017. -
campo de futebol
A comunidade e a prefeitura foram ouvidas durante a elaboração do projeto, que já foi protocolado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad)”, afirma a mineradora. O campo de futebol deverá ser entregue à comunidade no primeiro semestre de 2017, e o parque de exposições, em dezembro do mesmo ano. -
Rejeito transfeido
Conforme a mineradora, a pilha de rejeito será transferida para um campo de futebol ao lado do terreno, que será alteado e reformado.