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Period: 8000 BCE to 3000 BCE
1 - Chegada dos Twa.
Os Twa são a primeira tribo a chegar a Ruanda.
Povo pigmeu, representam cerca de 1% da população. -
Period: 1500 BCE to 700 BCE
2 - Chegada dos Hutus e Tutis.
▪ Os Hutus (povo Abahatu) surgiram da expansão bantu e situaram-se no território entre a Ruanda e Burundi. Formam a maioria: cerca de 84% da população. Trabalham a terra e são vistos como as "massas".
▪ Os Tutis (povo Cashita) chegaram ainda mais tarde, da Etiópia, e representam 15% da totalidade. São criadores de gado e possuem o título de "elites". Apesar de serem uma minoria, possuem maior poder económico e político. -
3 - Diário da descoberta das nascentes do Nilo (John Hanning Speake).
A publicação do "Diário da descoberta das nascentes do Nilo" por John H. Speake oficializa a Teoria Hamítica, que distingue, nomeadamente, os hutus e os tutis.
Os hutus, mais encorpados e baixos, são rebaixados, enquanto que os tutis, mais altos, esbeltos e tom de pele mais claro, ganham maior poder, já que se "aproximam dos europeus". -
4 - Conferência de Berlim.
Na Conferência de Berlim, na qual os europeus dividiram o continente africano, Ruanda-Urundi fica a cargo dos Alemães. -
5 - Belgas no comando.
Com o fim da Grande Guerra, Alemanha perde a posse sobre a colónia, que fica a encargo dos belgas.
Estes fomentam a divisão social, baseada em questões étnicas, utilizando técnicas eugenistas, incluindo medições faciais, cranianas e do tom de pele. Obrigam, igualmente, a identificação da "raça" no cartão de identificação. -
6 - Sob a alçada da ONU.
Finda a II guerra e com o surgimento da ONU, Ruanda-Urundi torna-se um território sob custódia da ONU, mas tendo a Bélgica como autoridade administrativa. -
7 - Pedido de independência.
O rei Mutara Rudahigwa insiste na independência da Ruanda. -
8 - Manifesto Hutu.
O catequista Gregoire Kayibanda publica o "Manifesto Hutu", exige que a autoridade política fosse passada para a maioria hutu, após a retirada belga.
Surgem, na época, novos partidos: AprosoMa, RADER, Parmehetu... -
9 - Aumento dos confrontos.
Perante o novo cenário político:
- O rei é deposto;
- Um massacre tutsis decorre pela mão do coronel belga Logiest;
- Dominique Mbonyumutwa (subchefe hutu) é atacado por tutsis.
- Início da Revolução de Ruanda. -
10 - Eleições presidenciais.
Decorrem eleições e o vencedor é o partido Parmehetu. Kayibanda torna-se primeiro-ministro do Governo Provisório. Os hutus estão no poder.
A ONU organiza um referendo, abolindo totalmente a monarquia. -
11 - Ruanda e Burundi: dois países.
Ruanda-Urundi divide-se em dois países independentes: Ruanda e Burundi. -
12 - Mudança do poder.
O major-general Habyarimana (partido MNRD) derruba o governo de Kayibanda através de um golpe de estado, mas a supremacia hutu continua.
Cresce a importância das milícias (pagas pelo governo) Interahamwe e Impuzamugambi, que perseguem os tutis. -
13 - Forças Patrióticas Ruandesas.
Sobretudo tutsis refugiados, mobilizam-se e criam a FPR, liderado por Kagame. -
14 - 10 Mandamentos dos Hutus.
O presidente Habyarimana publica os "10 Mandamentos dos Hutus", que apelam ao extermínio dos tutsis. -
Period: to
15 - Guerra Civil ruandesa.
Inicia-se uma guerra civil entre a FRP, contra as forças do governo de Habyarimana e o seu partido (MNRD). -
16 - Primeira intervenção da ONU.
A força da paz da ONU, UNAMIR, é criada e soldados de 23 países são destacados. -
17 - Acordo de Arusha.
É assinado o cessar-fogo e, pouco depois, os Acordos de Paz de Arusha, que distribui o poder entre o MNRD e o RPF.
No entanto, não são respeitados. -
18 - Início da catástrofe.
O avião onde o presidente Habyarimana viajava foi derrubado.
Os hutus apontam os tutsis como culpados. -
Period: to
19 - Genocídio de Ruanda.
Os 100 dias seguintes foram um autêntico horror:
▪ 500.000 à 1,1 milhão de mortos (maioritariamente tutsis);
▪ atinge as áreas rurais, onde "vizinhos matam vizinhos";
▪ 250.000 à 500.000 violações (grande transmissão de HIV);
▪ 2.000.000 ruandeses fogem para o Zaire e a Tanzânia. -
20 - General Dellaire.
O General Dellaire, comandante da UNAMIR, envia mensagens a sede da ONU acerca da matança que decorre. -
21 - Polish Pallottine Mission Church.
Na Polish Pallottine Mission Church (Gakondo) 110 tutsis, incluindo crianças, foram mortos por 100 milícias hutus.
Há uma tentativa, por parte de Jerzy Maczka e Ryszard Chudy de contactar a ONU. Apesar de conseguirem, esta não atua. -
22 - École Technique Officielle.
Na École Technique Officielle, escola secundária, cerca de 2.000 pessoas foram mortas. -
23 - Igreja de Nyange.
1.500 tutsis escondidos numa igreja católica são assassinados, quando a Interhamwe demoliu o prédio e matou todos os que lá estavam.
O padre da igreja, Athanase Seromba, é posteriormente condenado por crimes contra a humanidade. -
24 - Retirada belga.
A Bélgica retira suas tropas da UNAMIR, após o assassinato de 10 comandantes belgas. -
25 - Diminuição da UNAMIR.
As tropas da UNAMIR são reduzidas de 2500 soldados, para 270. -
26 - Envio de novas tropas.
A ONU volta atrás na sua decisão e aumenta o número de soldados da UNAMIR para 5500. -
27 - Avanço da FRP.
A Frente Patriótica Ruandesa captura o aeroporto de Kigali. -
28 - França.
A França anuncia a sua intervenção, começando a "Operação Turquesa". -
29 - É um genocídio.
O Conselho de Segurança da ONU considera que os eventos em Ruanda constituem "possíveis atos de genocídio". -
30 - Início do fim.
A FRP toma a capital, Kigali.
Muitos funcionários do governo hutu refugiam-se na cidade de Gisenyi. -
31 - Fim do genocídio tutsi.
A FRP toma a cidade de Gisenyi.
Dá-se o fim do genocídio tutsi. -
32 - Tribunal Internacional Penal de Ruanda.
Criação do Tribunal Internacional Penal de Ruanda (ICTR), que irá julgar os crimes de guerra cometidos durante este genocídio. -
Period: to
33 - Continua a matança.
Apesar da tomada de poder pela FPR, acredita-se que esta inverteu o processo, matando entre 200 à 300 mil hutus. -
34 - Gacacas.
Devido ao elevadíssimo número de casos a ser julgados (cerca de 115.000 acumulados), o governo ruandês anuncia a abertura dos tribunais nacionais e tradicionais: as gacacas, criticadas, no entanto, pelo pouco profissionalismo. -
35 - Ex-coronel Bagosora.
Considerado um dos principais arquitetos do genocídio, o ex-coronel Bagosora é julgado e condenado a prisão perpétua. -
36 - Eleições presidenciais.
Paul Kagame é eleito Presidente de Ruanda. Introduz um conjunto de medidas socio-económicas, para afrouxar os conflitos étnicos e impulsionar a economia nacional. -
37 - Memorial do Genocídio de Kigali.
Para além de outros, o Memorial do Genocídio de Kigali é um dos mais conhecidos. Foi inaugurado no 10º aniversário do genocídio e situa-se no subúrbio de Gisozi. -
38 - Hotel Ruanda.
Inspirado no genocídio, Terry George realiza o filme "Hotel Ruanda". -
39 - Integração internacional.
Ruanda desfruta do apoio financeiro do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. -
40 - CAO.
Ruanda integra a Comunidade da África Oriental. -
41 - Reeleição.
Paul Kagame é reeleito presidente, com uma esmagadora maioria, de cerca de 93%, o que gerou diversas críticas e polémicas.
Apesar de ter reerguido o país, Kagame ainda recebe críticas. Nomeadamente por não ter julgado os tutsis que assassinaram hutus e por invadir países vizinhos, como o Congo, para eliminar as forças hutus destas regiões. -
42 - 25 anos desde o genocídio tutsi.
Kagame professa o seu discurso da 25ª comemoração do genocídio, afirmando que "Ruanda é agora uma família".