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Nascimento de Vergílio Ferreira
Às 15 horas do dia 28 de Janeiro, sexta-feira, Vergílio Ferreira nasce em Melo, concelho de Gouveia, filho de António Augusto Ferreira e Josefa Ferreira. -
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Vergílio Ferreira, vida e obra
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Emigração
Em 1920, os pais de Vergílio Ferreira emigram para os Estados Unidos, deixando-o, com seus irmãos, ao cuidado de suas tias maternas. Esta dolorosa separação é descrita em Nitido Nulo. A neve - que virá a ser um dos elementos fundamentais do seu imaginário romanesco é o pano de fundo da infância e adolescência passadas na zona da Serra da Estrela. -
Manhã submersa
Aos 10 anos, após uma peregrinação a Lourdes, entra no seminário do Fundão, que frequentará durante seis anos. Esta vivência será o tema central de Manhã Submersa. -
Acaba o curso liceal
Em 1932, deixa o seminário e acaba o Curso Liceal no Liceu da Guarda. Começa a dedicar-se à poesia. Entra para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, continuando a dedicar-se à poesia, nunca publicada, salvo alguns versos lembrados em Conta-Corrente. -
Escreve o seu primeiro livro
Em 1939, escreve o seu primeiro romance, O caminho fica longe. -
Licenciatura e estágio
Licenciou-se em Filologia Clássica em 1940. Conclui o Estágio no Liceu D. João III (1942), em Coimbra. Começa a lecionar em Faro. Publica o ensaio Teria Camões lido Platão? e, durante as férias, em Melo, escreve Onde tudo foi morrendo. -
A carreira como professor
Em 1944, passa a lecionar no Liceu de Bragança, publica Onde tudo foi morrendo e escreve Vagão "J". Na sua vida de professor liceal, há dois momentos fundamentais: a sua estada em Évora (1945-1958) - que entrará para o nosso imaginário através de Aparição - e a sua vinda para Lisboa (1959), onde ensinou no Liceu Camões até à sua reforma. -
Correntes literárias
Com Mudança (1949) começa Vergílio Ferreira a conquistar a sua voz própria. Aliás, em maior rigor, dever-se-ia dizer que é a voz própria que começa a conquistar o seu autor. De facto, "Mudança" estava arquitetado para ser um romance neorrealista exemplar - e em muitos aspetos é-o; mas é também outra coisa, que posteriormente se veio a interpretar como sendo a deslocação do neorrealismo para o existencialismo. (…) -
Aparição
É já de uma forma deliberada que Vergílio Ferreira se distancia do neorrealismo nos romances escritos antes de Aparição (1959) mas só publicados depois deste. -
Os narradores
Os narradores vergilianos envelheçam como o seu autor. Envelhecer, por exemplo, é passar de filho a pai. De Até ao fim (1987) a Cartas a Sandra (1996), o narrador, entre outras coisas, é um pai a quem o filho morre. O que morre na morte do filho é aquela força que não suporta a suspensão da história e se autodestrói na procura da resposta que não há. -
Morte
Vergílio Ferreira morre em Lisboa, a 1 de Março de 1996 e é sepultado em Melo, «Virado para a Serra», como sempre desejou. -
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