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Ditadura Militar (1964-85)

  • Primeiro general presidente da ditadura era o interlocutor dos EUA antes do golpe

    Primeiro general presidente da ditadura era o interlocutor dos EUA antes do golpe
    Dois dias depois do Ato Institucional e da cassação de 40 parlamentares, o general Humberto de Alencar Castelo Branco é eleito presidente da República em votação indireta no Congresso Nacional. Candidato único, obteve 361 votos contra 72 abstenções, tornando-se o primeiro dos cinco generais presidentes em 21 anos de ditadura.
  • Policiais invadem Faculdade Nacional de Medicina e agridem centenas de estudantes

    Policiais invadem Faculdade Nacional de Medicina e agridem centenas de estudantes
    Durante a madrugada, policiais militares derrubam o portão da Faculdade Nacional de Medicina, na Praia Vermelha, e invadem o prédio onde estavam cercados desde a véspera cerca de 600 estudantes. Concentrados no terceiro andar, os jovens foram obrigados a atravessar um corredor polonês e espancados indiscriminadamente até a saída da faculdade. Foi o primeiro grande confronto entre forças da repressão e estudantes depois do golpe de 1964 e ficou conhecido como Massacre da Praia Vermelha.
  • Jango, JK e Lacerda criam Frente Ampla Líderes se articulam e lançam manifesto pela redemocratização

    Jango, JK e Lacerda criam Frente Ampla Líderes se articulam e lançam manifesto pela redemocratização
    Lançado por Carlos Lacerda, João Goulart e Juscelino Kubitschek, o manifesto da Frente Ampla marca o início de um processo de articulação de diferentes segmentos da oposição política à ditadura. Juscelino, Lacerda e Jango haviam sido, respectivamente, os principais líderes do Partido Social Democrático (PSD), da União Democrática Nacional (UDN) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), os três maiores partidos existentes antes de 1964.
  • Repressão mata Rubens Paiva e monta farsa Agentes do DOI-Codi assassinam ex-deputado, escondem o corpo e encenam 'fuga'

    Repressão mata Rubens Paiva e monta farsa Agentes do DOI-Codi assassinam ex-deputado, escondem o corpo e encenam 'fuga'
    Agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa) invadem a casa do ex-deputado cassado Rubens Paiva (PTB-SP), no Rio. Acompanhado pelos militares, Paiva sai de sua residência no bairro do Leblon dirigindo o próprio automóvel até o comando da 3ª Zona Aérea, onde seria interrogado e espancado. Dali, foi transferido para o quartel da Polícia do Exército, na rua Barão de Mesquita, bairro da Tijuca, onde funcionava o DOI-Codi.
  • Vladimir Herzog é assassinado no doi-codi Jornalista morre sob tortura, polícia monta farsa e 8 mil fazem protesto na Sé

    Vladimir Herzog é assassinado no doi-codi Jornalista morre sob tortura, polícia monta farsa e 8 mil fazem protesto na Sé
    O jornalista Vladimir Herzog é torturado e morto nas dependências do DOI-Codi. Ele havia sido convocado na véspera a prestar depoimento, em mais uma etapa da ofensiva da repressão contra o PCB desencadeada em janeiro de 1974.
  • País tem democracia 'relativa', diz Geisel Na fase mais autoritária do governo, general nega haver ditadura no Brasil

    País tem democracia 'relativa', diz Geisel Na fase mais autoritária do governo, general nega haver ditadura no Brasil
    Um mês e um dia depois de fechar o Congresso e decretar o Pacote de Abril, o general presidente Ernesto Geisel diz a jornalistas franceses que o Brasil é uma democracia “relativa”. “Todas as coisas no mundo, exceto Deus, são relativas”, disse Geisel. “Então, a democracia que se pratica no Brasil não pode ser a mesma que se pratica nos Estados Unidos da América, na França ou na Grã-Bretanha”.
  • Ato reorganiza o movimento negro Contra discriminação e violência racial, nasce o Movimento Negro Unificado

    Ato reorganiza o movimento negro Contra discriminação e violência racial, nasce o Movimento Negro Unificado
    Militantes de grupos negros, estudantes, atletas, artistas e representantes de organizações culturais realizam em São Paulo uma grande manifestação contra o racismo. Em frente às escadarias do Teatro Municipal, mais de 2 mil pessoas protestaram indignadas contra episódios recentes de violência contra negros. O ato foi o marco da criação do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNUCDR), depois rebatizado simplesmente de MNU.
  • A grande greve dos trabalhadores do ABC 200 mil cruzam os braços; ditadura reprime primeira greve geral dos metalúrgicos

    A grande greve dos trabalhadores do ABC 200 mil cruzam os braços; ditadura reprime primeira greve geral dos metalúrgicos
    Metalúrgicos de São Bernardo, Diadema, Santo André e São Caetano deflagram a primeira greve geral de uma categoria no país desde a paralisação de Contagem (MG), em 1968. A medida foi aprovada pelas assembleias dos três sindicatos do ABC, com o objetivo de obter um reajuste salarial de 78,1%. Mesmo enfrentando forte repressão e a intervenção do governo nos sindicatos, a greve durou duas semanas
  • Vitória da oposição sinaliza fim da ditadura PDS perde controle da Câmara e dos grandes Estados; regime se aproxima do fim

    Vitória da oposição sinaliza fim da ditadura PDS perde controle da Câmara e dos grandes Estados; regime se aproxima do fim
    A oposição alcança maioria na Câmara dos Deputados e conquista o governo dos dez maiores Estados nas eleições em todo o Brasil, superando as regras eleitorais restritivas. O PDS manteve o controle do Colégio Eleitoral que indicaria o sucessor do general presidente João Baptista Figueiredo em 1985, mas o projeto de sobrevivência da ditadura foi definitivamente comprometido pelo resultado das eleições.
  • Tancredo negocia transição sem golpe Ministro do Exército anuncia que acatará resultado do Colégio Eleitoral

    Tancredo negocia transição sem golpe Ministro do Exército anuncia que acatará resultado do Colégio Eleitoral
    O ministro do Exército, general Walter Pires, divulga nota oficial afirmando que “o Exército mantém-se na firme disposição de apoiar o projeto da abertura do presidente João Figueiredo, que deverá se consolidar com a eleição do futuro presidente da República pelo Colégio Eleitoral, na forma da lei”. O comando da oposição interpretou a nota como sinal de que a vitória de Tancredo Neves, em 15 de janeiro de 1985, seria acatada pelos chefes militares.